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Portal Municipal da Ponta do Sol

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Categoria: Câmara Municipal
Mês: Fevereiro
Ano: 2020
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O Secretário do Mar, Teófilo Cunha, divulgou uma ata em que a Presidente de Câmara, Célia Pessegueiro, enquanto Vereadora da Oposição, dizia não concordar com a aquacultura na Ponta do Sol por não ser compatível com a exploração turística da costa e com outras atividades náuticas. Leia na íntegra a nota assinada pela Sra. Presidente.

Em relação às declarações proferidas ontem, dia 01 de fevereiro de 2020, pelo Sr. Secretário do Mar e das Pescas relativas a posições por mim tomadas enquanto vereadora da oposição na Câmara da Ponta do Sol, tenho a dizer o seguinte:

  1. O Secretário do Mar encontra uma ata em que digo que não concordo com a aquacultura por não ser compatível com a exploração turística da costa e com outras atividades náuticas. Encontrou e divulgou. Obrigada Sr. Secretário pela oportunidade de mostrar a minha coerência em relação à questão da aquacultura, pois sublinha que nunca fui favorável.
  2. É claro para todos que quem tem duas caras é o Governo: uma antes das eleições, em que dizia que não haveria piscicultura «contra a vontade das populações», e outra depois das eleições ao afirmar que a «piscicultura vai avançar na Ponta do Sol».

Continuamos coerentemente a afirmar que seria um erro histórico avançar com uma instalação que prejudicaria a estratégia de desenvolvimento do Concelho. Estas são algumas das razões porque consideramos que a aquacultura não pode avançar na Ponta do Sol:

  • Turismo é uma mais valia.
  • A Ponta do Sol é indissociável do mar, tem bons acessos ao mar, muitas praias, que vão do Lugar de Baixo, passando pela Vila, Anjos até a Madalena do Mar em toda a sua costa. Estas características permitiram que se instalassem unidades hoteleiras na Vila da Ponta do Sol e muito Alojamento Local nas diversas freguesias do Concelho. Mas há questões que queremos ver resolvidas, responsabilidade do Governo, como é o caso da Marina do Lugar de Baixo, extração abusiva de inertes nas Ribeiras, extração de inertes no mar da Madalena do Mar e Lugar de Baixo para melhorar a nossa atratividade turística. Implementar aquacultura nos nossos mares retira beleza natural e atratividade à nossa competitividade turística.
  • Alojamento local cresce 79% em 2 anos.
  • Quando assumi funções em outubro de 2017 a Ponta do Sol tinha 85 Alojamentos Locais (AL), e passados volvidos 2 anos e 3 meses, temos 152 AL, ou seja, tivemos um crescimento de 79%. Hoje temos 469 camas nesta modalidade turística. Quem tem feito esta aposta são os Ponta-solenses diretamente, sem apoios ou incentivos. São 130 o número de proprietários destes estabelecimentos que auferem rendimentos desta atividade diretamente, aos quais se juntam muitos postos de trabalho criados. A estes estabelecimentos (AL) juntam-se as unidades hoteleiras que contribuem em muito para a criação de postos de trabalho. É por isso que dizemos que o futuro da Ponta do Sol não pode ser comprometido por decisões do Governo Regional que comprometam o setor do turismo, e seremos incansáveis na defesa da Ponta do Sol, para não colocarem aquacultura nos mares da Ponta do Sol.
  • Paisagem e preço dos terrenos e casas.
  • A paisagem costeira é o símbolo da Ponta do Sol, é a nossa imagem e a razão pela qual muitos turistas nos visitam, mas também tem garantido a aquisição de casas por parte de turistas que passaram a viver na Ponta do Sol. Os terrenos da Ponta do Sol, pela sua produtividade agrícola e pela paisagem, estão cada vez mais valorizados. Ter uma paisagem de mar com Jaulas de aquacultura desvaloriza os terrenos e as casas. Os proprietários de terrenos no nosso Concelho acabam perdendo dinheiro com a aquacultura, pela desvalorização dos terrenos e das casas. Basta olharmos para a freguesia vizinha do Arco da Calheta, onde também se têm manifestado contra as Jaulas, porque sabem que mais Jaulas leva à desvalorização dos terrenos e das casas.
  • O nosso mar tem servido para a pesca e atividades náuticas.
  • Temos pessoas que se dedicam à pesca no nosso Concelho, temos pescadores lúdicos, temos pessoas que se dedicam à apanha de lapas, temos atividades náutico-turísticas que frequentam os mares e a costa da Ponta do Sol. Queremos continuar a ter águas límpidas que mantenham a nossa atratividade e que não impeça estas atividades tão importantes para as famílias do concelho.

Em suma: a aposta no turismo, na cultura e património, na pesca, as atividades náuticas e no desenvolvimento sustentável dos recursos são parte da estratégia definida para o futuro da Ponta do Sol, e a aquacultura colide com essa estratégia e prejudica os interesses do Concelho e dos Pontassolenses.

Ponta do Sol, 02 de fevereiro de 2020

A Presidente de Câmara,

Célia Pessegueiro